quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Jornal Boca de Rua 10 anos

Jornal Boca de Rua: 10 anos noticiando uma outra cidade


A mídia comercial noticia a cidade sob a óptica das elites. Nestes veículos, os moradores de rua raramente são retratados, e quando o são, ocupam geralmente as páginas policiais. O Jornal Boca de Rua marcou seu aniversário de uma década ontem (25/08), debatendo no Cine Redenção da UFRGS sobre a importância da garantia do direito a comunicação de segmentos historicamente vulnerabilizados, como a População de Rua de Porto Alegre/RS. O blog Igor de Fato esteve lá.

Assisti ontem dois excelentes documentários que retratavam o Projeto Boca de Rua na sala do cine Redenção da UFRGS. O primeiro deles, "Notícias de uma outra cidade", de 2004, dirigido por Wagner Machado, relata a trajetória do Projeto que no final dos anos noventa foi concebido por jornalistas como Clarinha Glock, com o objetivo de "dar voz a quem não tem voz na mídia" convencional. O vídeo coloca os jornalistas do Boca como cronistas de seu cotidiano, e nessa posição eles entrevistam inclusive a então vereadora Manuela D'Ávila, que ressalta o mérito democratizante do Jornal.

Depois da exibição do vídeo de 35 minutos, o próprio Wagner Machado comentou sua concepção, destacando o que considera ser os maiores ganhos do projeto: a possibilidade de transformar moradores de rua em jornalistas ao mesmo tempo que resgata a dignidade destes, denuncia a injustiça de uma sociedade desigual, não sendo com isso um a iniciativa meramente assistencialista, mas de caráter crítico e transformador da realidade.

"Boquinha" conversa com os "Sem-Terrinha"

O segundo documentário exibido foi o tocante "Projeto Boquinha", produzido pelo Coletivo Catarse em 2008. Nele, um encontro inesquecível entre as crianças em situação de rua que participam do projeto e as crianças do Movimento Sem Terra de Nova Santa Rita, estudantes da Escola Itinerante do MST (projeto extinto pela governadora Yeda e o Ministério Público).

Reinaldo "baiano" e Portela: Porto Alegre da Copa do Mundo precisa levar em conta os sem-teto

A exibição dos documentários foi conduzida pelo Mestre de Cerimônias Reinaldo Luiz dos Santos, o "baiano", jornalista do Boca de Rua que passou no vestibular tanto na UFRGS quanto na UFSM. Ativista pelos direitos dos moradores de rua, Reinaldo lembra que o atual governo municipal não construiu nenhum equipamento para os moradores de rua, e os albergues que existem estão sucateados. Conversando com George Portela, outro ativista dos sem-moradia, ele me disse que lamenta que a população sem-teto esteja alijada dos debates para a Copa do Mundo no Brasil em 2014 em Porto Alegre/RS. A cidade de Porto Alegre precisa de uma política de inclusão social mais efetiva, ainda mais agora que sediará a Copa do Mundo em 2014.

Saí do Cine Redenção fortalecido e cada vez mais convencido de que só a luta pode transformar a realidade de desigualdade no nosso país.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Eliza Samudio

Pelas milhares de Elizas

Entre 1997 e 2007, cerca de 40 mil mulheres morreram vítimas de homicídio. São 10 mulheres por dia. Quantos casos ainda terão de nos chocar para que a situação mude?

A violência contra as mulheres acontece cotidianamente e nem sempre causa comoção social. O caso recente da modelo Eliza Samudio, cujo principal suspeito do desaparecimento e provável morte é o goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, de quem ela teria tido um filho, infelizmente é um exemplo famoso de crimes que se repetem em todo o território nacional.

Apesar da Lei Maria da Penha ter sido uma conquista, casos como esse revelam que não basta haver uma lei que proteja as mulheres se não houver capacitação dos agentes públicos que trabalham em delegacias e juizados especiais. Convém ressaltar que, já em outubro de 2009, Eliza Samudio registrou queixa contra Bruno na Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá, e com o conhecimento do Ministério Público do Rio de Janeiro. A acusação resultou na abertura de inquérito, e a polícia chegou a pedir à Justiça proteção a Eliza, mas nenhuma medida foi tomada até o desaparecimento dela no início de junho.

É importante refletir sobre a negligência da Justiça nesse caso. Oito meses separaram a queixa da modelo de seu desaparecimento. Isso revela um despreparo dos agentes públicos, que têm a tendência de subestimar a queixa das mulheres.

Outro ponto que chama atenção nesse caso é o profundo machismo que Bruno já havia demonstrado antes do desaparecimento vir à tona. Em declaração a imprensa sobre o fato de seu amigo, o atacante Adriano, do Flamengo, ter agredido sua noiva publicamente, Bruno disse que era normal que o homem batesse na sua mulher, e que ninguém deveria se meter nisso. Ainda persiste vivo o revoltante conceito de que o homem tem o "direito" de agredir sua mulher.

Entre 1997 e 2007, cerca de 40 mil mulheres morreram vítimas de homicídio. São 10 mulheres por dia. Os dados são do Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Sangari. O que mais choca nesse caso são os motivos das mortes. A pesquisadora da USP Wânia Izumino afirmou que boa parte dos assassinatos das mulheres são cometidos por "atuais ou antigos maridos, namorados ou companheiros, inconformados em perder o domínio sobre uma relação que acreditam ter o direito de controlar".

Quantos casos ainda terão de nos chocar para que a situação mude? Eliza Samudio, a advogada Mércia Nakashima, cujo assassino é um ex-namorado, a cabeleireira Maria Islaine de Morais, morta em janeiro diante das câmeras pelo ex-marido, alvo de oito denúncias. São símbolos de milhares de Elizas, Mércias e Marias que cobram de nossa sociedade justiça e mudança de atitudes.


* LUCIELE ALVES FAGUNDES é Mestranda em Geografia da Universidade Federal de Santa Maria.

lualfa_ceu@yahoo.com.br


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Deputado Raul Carrion

Aos manos e minas do movimento hip hop


Raul Carrion, assinalado com o círculo laranja, na semana estadual do hip hop: deputado aliado do movimento

Quero mandar um salve para os manos e as minas do hip hop em geral, e em especial a rapa linha de frente de Santa Maria/RS, à qual tenho a honra de ser aliado desde 2007. Meu salve é sobre o candidato Raul Carrion.

Como diz meu amigo Pablo Berned, tem que votar em classe. Ou seja, quem é da periferia tem que votar em quem é da periferia ou pela periferia.

O movimento hip hop costuma chamar os seus iguais de “manos”, que é a abreviatura de “irmão”. “Mano” é o chegado, é o amigo, é aquele que está de igual para igual, na mesma situação.

Mesmo que Raul Carrion não seja do movimento hip hop, é um aliado do movimento, e não seria exagero chamá-lo de “mano”. Foi graças a sua luta que o movimento hip hop conseguiu entrar na Assembléia Legislativa do Rio Grande Sul no dia 13 de junho de 2009, pela porta da frente. A semana estadual do Hip Hop foi uma conquista da luta dos manos e das minas, que ocorreu graças ao apoio decisivo do mano Carrion.

O movimento precisa continuar conquistando espaço, sendo sujeito de direitos. Precisa conquistar uma política estadual de incentivo ao Hip Hop. Sem dúvida Carrion hoje é o mais preparado para ser porta-voz desses interesses na Assembléia Legislativa. Junto com o governador Tarso Genro, os senadores Paim e Abgail e a presidente Dilma Roussef, Carrion vai ser um defensor de todas as horas dos interesses da periferia. Por isso, ele precisa continuar na assembléia, para continuar lutando por:

  • Política estadual de incentivo ao hip hop;

  • Direito a moradia para a periferia. Ele defende que todas as terras públicas do Estado sejam usadas para construir casas para quem ainda não tem onde morar.

  • Pela meia-passagem intermunicipal para os estudantes;

  • Dia estadual contra a homofobia;

  • Não corte de luz e de água para os trabalhadores desempregados;

  • Fundo Social criado com os royalties do Pré-Sal, reservando 60% para saúde, educação, segurança, preservação ambiental e desenvolvimento científico e tecnológico.


              Por isso, peço aos manos e minas do movimento hip hop que apóiem e façam a campanha de Raul Carrion para deputado estadual. Acessem o sitio do Carrion clicando aqui. Abraços.


Igor Corrêa Pereira

Dirigente estadual da União da Juventude Socialista (UJS)


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Brasil de Lula

Histórias de um novo Brasil

Acabei de saber pelo orkut que um dos meus amigos, o jornalista formado na UFRGS Wesley, acaba de passar num concurso de assessoria de imprensa no Ministério da Saúde. A felicidade do êxito de um amigo me fez parar para pensar nas boas notícias que se somam ao meu redor. Como o caso de minha colega e amiga servidora da UFRGS, a Joana, que está adquirindo casa própria graças a financiamento da Caixa Federal. Ou das minhas amigas, Gabi e Tay, que provenientes de família humilde, se formaram em Psicologia pelo PROUNI.

Tem também os meus amigos que estão fazendo mestrado com bolsa, Mauricio, Riffel e Chavito, o Pablito, que está fazendo doutorado e já aguarda a nomeação em um concurso para docente na UFFS, uma das 14 novas universidades federais criadas pelo REUNI. A minha companheira Luciele também está ganhando bolsa agora, além de morar na casa do estudante. Lembro ainda de amigos chamados em concursos da PETROBRAS , Banco do Brasil, Recita Federal, etc. Posso citar ainda o meu próprio caso, que ingressei na UFRGS junto de centenas de novos servidores, e graças a esta oportunidade, pude comprar recentemente um refrigerador de ar para os meus pais, o que pra mim foi uma alegria muito grande...

O que estou querendo dizer com todas essas histórias – verídicas – é que elas têm algo em comum. São indícios da melhoria de vida de pessoas que estão ascendendo socialmente, melhorando seu padrão de vida, sendo valorizadas pelo seu esforço, estudo, dedicação. Estou falando aqui de projetos pessoais que refletem a mudança da situação social do país. Se você pegar a vida de cada uma dessas pessoas, verá que recentemente elas tiveram oportunidades de crescimento pessoal oriundos de políticas públicas elaboradas no interior do governo Lula. Políticas de investimento em habitação, ampliação das Universidades Públicas, investimento em ciência e tecnologia, energia.

Não é exagero dizer que são histórias de um novo Brasil. Estou falando que o Brasil saiu dos tempos em que o Estado considerava um ônus intervir na economia fomentando a educação, ciência e tecnologia, energia. Se você pegar o serviço público federal no governo FHC e no governo Lula, vai notar uma sensível diferença, no número de concurso públicos, na elaboração de planos de carreira. Na visão de FHC, serviço público era um gasto a ser reduzido. No governo Lula, virou um investimento a ser ampliado. São duas visões antagônicas que se degladiam nessas eleições.

Não tenho dúvida que a visão de Lula é a mais acertada. O país, e principalmente os setores mais empobrecidos da população, precisam de serviço público de qualidade. Hospitais, escolas, fornecimento de energia, bancos, Universidades, etc. Alguém discorda que este e outros serviços são essenciais? Tudo isso só funciona com um setor público de qualidade, com trabalhadores valorizados. Porque a entrega ao setor privado desses serviços, os transforma em mercadoria, da qual só terá acesso quem já tem dinheiro, o que inviabiliza a mobilidade social, desejável numa nação democrática.

Se o serviço público é investimento ou gasto, isto é uma opção política. Essa me parece a discussão central das eleições, e não se trata de uma visão corporativa. Existem claramente dois campos. Do lado que enxerga o serviço público como gasto, está Serra e seus partidos aliados. Do lado que enxerga serviço público como investimento, está Dilma e seus partidos aliados. Eu estou do lado da ampliação da esfera pública para garantia dos direitos dos cidadãos, por isso estou com Dilma e seu campo aliado. E você, de que lado está? Na hora de votar, não vote na pessoa, tenha em mente que estão em disputa dois projetos. Se você concorda com Serra, não adianta votar em deputados que estão do lado de Dilma, e vice-versa. Reflita, e exerça conscientemente seu direito conquistado com muita luta.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

11 de agosto - Dia do Estudante

11 de agosto, UNE 73 anos: presidente Augusto Chagas fala ao EstudanteNet

Atual presidente da mais antiga entidade do movimento social brasileiro, Augusto Chagas conversou com o EstudanteNet sobre o seu primeiro ano à frente da UNE. Leia a primeira parte do bate papo clicando aqui.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dilma x Serra: primeiro confronto

DEBATE: Plínio aparece, Dilma se supera e Serra vê trunfo escapar - Portal Vermelho

DEBATE: Plínio aparece, Dilma se supera e Serra vê trunfo escapar - Portal Vermelho

O primeiro debate entre os candidatos às eleições presidenciais de 2010, ocorrido na noite desta quinta-feira (5) na TV Bandeirantes, confirmou um prognóstico feito pelo presidente Lula: o de que a oposição perderia seu último trunfo ao apostar num desempenho ruim da candidata petista Dilma Rousseff. Ao contrário do que previam a oposição e setores da mídia, Dilma, apesar do nervosismo típico de estreante, foi bem, e, assim, ajudou a desmontar mais uma lenda criada pelos oposicionistas.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eleições 2010

Por que apoiamos Dilma

Mino Carta 27 de julho de 2010 às 10:04h

Resposta simples: porque escolhemos a candidatura melhor

Guerrilheira, há quem diga, para definir Dilma Rousseff. Negativamente, está claro. A verdade factual é outra, talvez a jovem Dilma tenha pensado em pegar em armas, mas nunca chegou a tanto. A questão também é outra: CartaCapital respeita, louva e admira quem se opôs à ditadura e, portanto, enfrentou riscos vertiginosos, desde a censura e a prisão sem mandado, quando não o sequestro por janízaros à paisana, até a tortura e a morte.

O cidadão e a cidadã que se precipitam naquela definição da candidata de Lula ou não perdem a oportunidade de exibir sua ignorância da história do País, ou têm saudades da ditadura. Quem sabe estivessem na Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade há 46 anos, ou apreciem organizar manifestação similar nos dias de hoje.

De todo modo, não é apenas por causa deste destemido passado de Dilma Rousseff que CartaCapital declara aqui e agora apoio à sua candidatura. Vale acentuar que neste mesmo espaço previmos a escolha do presidente da República ainda antes da sua reeleição, quando José Dirceu saiu da chefia da Casa Civil e a então ministra de Minas e Energia o substituiu.

E aqui, em ocasiões diversas, esclareceuse o porquê da previsão: a competência, a seriedade, a personalidade e a lealdade a Lula daquela que viria a ser candidata. Essas inegáveis qualidades foram ainda mais evidentes na Casa Civil, onde os alcances do titular naturalmente se expandem.

E pesam sobre a decisão de CartaCapital. Em Dilma Rousseff enxergamos sem a necessidade de binóculo a continuidade de um governo vitorioso e do governante mais popular da história do Brasil. Com largos méritos, que em parte transcendem a nítida e decisiva identificação entre o presidente e seu povo. Ninguém como Lula soube valerse das potencialidades gigantescas do País e vulgarizá-las com a retórica mais adequada, sem esquecer um suave toque de senso de humor sempre que as circunstâncias o permitissem.

Sem ter ofendido e perseguido os privilegiados, a despeito dos vaticínios de alguns entre eles, e da mídia praticamente em peso, quanto às consequências de um governo que profetizaram milenarista, Lula deixa a Presidência com o País a atingir índices de crescimento quase chineses e a diminuição do abismo que separa minoria de maioria. Dono de uma política exterior de todo independente e de um prestígio internacional sem precedentes. Neste final de mandato, vinga o talento de um estrategista político finíssimo. E a eleição caminha para o plebiscito que a oposição se achava em condições de evitar.

Escolha certa, precisa, calculada, a de Lula ao ungir Dilma e ao propor o confronto com o governo tucano que o precedeu e do qual José Serra se torna, queira ou não, o herdeiro. Carregar o PSDB é arrastar uma bola de ferro amarrada ao tornozelo, coisa de presidiário. Aí estão os tucanos, novos intérpretes do pensamento udenista. Seria ofender a inteligência e as evidências sustentar que o ex-governador paulista partilha daquelas ideias. Não se livra, porém, da condição de tucano e como tal teria de atuar. Enredado na trama espessa da herança, e da imposição do plebiscito, vive um momento de confusão, instável entre formas díspares e até conflitantes ao conduzir a campanha, de sorte a cometer erros grosseiros e a comprometer sua fama de “preparado”, como insiste em afirmar seu candidato a vice, Índio da Costa. E não é que sonhavam com Aécio…

Reconhecemos em Dilma Rousseff a candidatura mais qualificada e entendemos como injunção deste momento, em que oficialmente o confronto se abre, a clara definição da nossa preferência. Nada inventamos: é da praxe da mídia mais desenvolvida do mundo tomar partido na ocasião certa, sem implicar postura ideológica ou partidária. Nunca deixamos, dentro da nossa visão, de apontar as falhas do governo Lula. Na política ambiental. Na política econômica, no que diz respeito, entre outros aspectos, aos juros manobrados pelo Banco Central. Na política social, que poderia ter sido bem mais ousada.

E fomos muito críticos quando se fez passivamente a vontade do ministro Nelson Jobim e do então presidente do STF Gilmar Mendes, ao exonerar o diretor da Abin, Paulo Lacerda, demitido por ter ousado apoiar a Operação Satiagraha, ao que tudo indica já enterrada, a esta altura, a favor do banqueiro Daniel Dantas. E quando o mesmo Jobim se arvorou a portavoz dos derradeiros saudosistas da ditadura e ganhou o beneplácito para confirmar a validade de uma Lei da Anistia que desrespeita os Direitos Humanos. E quando o então ministro da Justiça Tarso Genro aceitou a peroração de um grupelho de fanáticos do Apocalipse carentes de conhecimento histórico e deu início a um affair internacional desnecessário e amalucado, como o caso Battisti. Hoje apoiamos a candidatura de Dilma Rousseff com a mesma disposição com que o fizemos em 2002 e em 2006 a favor de Lula. Apesar das críticas ao governo que não hesitamos em formular desde então, não nos arrependemos por essas escolhas. Temos certeza de que não nos arrependeremos agora.

Mino Carta Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde.