quinta-feira, 29 de março de 2012

Pronunciamento União e Olho vivo na AssufrgS*

Leia a íntegra do procunciamento do Núcleo da CTB na UFRGS no Congresso da AssufrgS, que será apresentado na Assembleia Geral da UFRGS na Faculdade de Direito hoje 29/03 às 14h.


Boa tarde companheiros e companheiras


É uma honra estar aqui com a Luci defendendo uma tese assinada por tantos companheiros que ajudaram a construir a história da AssufrgS. Tem no meu grupo União e Olho Vivo na AssufrgS vários colegas talvez mais qualificados do que eu pra defender essa tese, posso aqui citar o Neco, a Tônia, o Arthur, a Marisane, a Joana, e tantos outros, mas foi uma escolha coletiva colocar aqui o mais jovem e uma mulher pra defender essa tese.

Porque um jovem?
Um jovem porque nossa universidade mudou seu perfil, graças a luta que a maioria de vocês participou nos anos noventa. Eu tenho três anos de casa, mas eu ouço as histórias que meus colegas contam, de um tempo em que a Universidade não tinha dinheiro pra pagar a luz. Um tempo que a Universidade ia fechar as portas pq estava sucateada. Um tempo que eu não vivi, mas que eu ouço falar. É um tempo que foi superado. 

Foi superado por que eu entrei na Universidade junto com 545 novos servidores técnico-administrativos de 2008 pra cá, na maior renovação de quadros da história. É daqui que a gente tem que partir, pra conquistar mais vitórias. É preservando o acúmulo daquela história de resistência dos anos noventa, mas envolvendo esses mais de quinhentos jovens que entraram na UFRGS, temos a tarefa de envolver essa nova geração na luta por uma Universidade cidadã para os trabalhadores e para o Brasil.

Pq esses concursos são conquista, mas só estão preenchendo uma lacuna de mais de dez anos sem concursos. O presente vai exigir de nós muita luta. Muita luta pq o nosso velho inimigo, o neoliberalismo que tanto sucateou as Universidades e tanto prejudica a vida dos trabalhadores, não foi derrotado. Está lá no governo Dilma. O governo Dilma, ao mesmo tempo que apresenta alternativa, ainda afirma o neoliberalismo quando corta R$55 bilhões do orçamento pra saúde e pra educaçao. Quando propõe uma reforma da previdência que representa um grande risco para os servidores, que é esse fundo de previdência complementar, que merece todo nosso repúdio.

Nós temos que combater o neoliberalismo afirmando a vergoha que é um país que é a 5º maior economia do mundo ser o 88º no quesito educação, que não consegue avançar na bandeira de 10% do PIB, não consegue ter dinheiro pra aumentar nosso sallário pq tá amarrado aos interesses do pagamento de juros extorsivos. Tem dinheiro pra banqueiro mas não tem pra educação, não tem pro nosso aumento. Por isso o tempo é de unidade. 

Por conta de disputas menores, a FASUBRA tem se perdido, tem perdido o foco nos debates que nos interessam, como a necessário debate sobre a carreira. O Plano de Carreira foi uma conquista, mas a carreira é dinâmica, e precisa ser repensada. Tem várias distorções, que vão desde o reposicionamentos dos aposentados, resolução do VBC, a atualização dos percentuais de incentivo a qualificação, o aumento dos níveis de capacitação, agora precisa ter proposta. Todo mundo sabe os problemas, mas é preciso apontar soluções. E aqui eu falo com propriedade pq tenho a Marisane que participa da CIS pra tentar achar soluções pra esses problemas da CIS, e não ficar na disputa interna que não ajuda em nada pra categoria.

Senão a gente cai numa greve como aquela última, que não tinha pauta clara, e que por isso não mobilizou a categoria. Uma greve que foi conduzida com base na desconfiança e do atrito interno, que não soube a hora de sair pra negociar, e que não ganhou nenhuma pauta enquanto os docentes e outros servidores federais ganharam aumenmto sem entrar em greve. Teve luta mas não teve unidade, o resultado foi a derrota de todos.

Eu disse que a escolha coletiva desse movimento UNião e Olho Vivo foi a de que um jovem e uma mulher defendesse a tese. Passo a palavra com toda a honra para a Luci, grande guerreira da CSD, mulher trabalhadora da UFRGS e pra encerrar, queremos ser delegados na FASUBRA pra tocar com unidade as questões que interessam aos técnicos, a Universidade e ao povo brasileiro. Obrigado.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Trabalhadoras assalariadas conquistam “meio caminho” no combate a discriminação salarial


O economista técnico da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio Grande do Sul André Luiz Leite Chaves elaborou um estudo sobre a discriminação salarial, por gênero, para os Trabalhadores assalariados da Região Metropolitana de Porto Alegre. Neste estudo, ele chega a conclusão que o diferencial de salário entre homens e mulheres é explicado somente pela discriminação, visto que o investimento em escolaridade da mulher é superior ao dos homens. O rendimento das trabalhadoras é menor em todas as regiões do Brasil. Para coibir esta discriminação, o Senado federal aprovou nesta terça (06/03) multa a empresa que pagar salário inferior à mulher quando ela realizar a mesma atividade que o homem. A lei deve ser sancionada pela presidenta Dilma. 

Mulheres negras são as mais discriminadas
A pesquisa de Chaves demonstra que as mulheres negras assalariadas são ainda mais discriminadas que as brancas. Chaves concluiu que um homem branco assalariado com mesmo tempo de estudo e experiência profissional que uma mulher branca terá melhor retorno que esta, sendo a situação ainda mais desfavorável para a mulher negra. O retorno salarial para tempo de estudo e experiência salarial é menor gradativamente para mulheres brancas e negras, conforme demonstra o quadro abaixo. 


Diferença de retorno salarial ante a escolaridade e experiência profissional entre homens brancos, mulheres brancas e mulheres negras na Região Metropolitana de Porto Alegre 


Retorno salarial à escolaridade
Retorno salarial à experiência profissional
Homem Branco
14,4%
5,9%
Mulher Branca
14,4%
4,1%
Mulher Negra
9,9%
3%

Fonte: André Luiz Leite Chaves

Multa a empresas é “meio caminho andado”, afirma sindicalista
A comerciária e integrante do Coletivo de Mulheres da CTB do RS Izane Matos comemora a aprovação da multa no Senado, mas alerta que é só "meio caminho andado". Para ela, a penalidade é um avanço, mas a implementação efetiva da lei "vai depender da luta dos sindicatos e das centrais, e da coragem das mulheres denunciarem abusos das empresas", afirma. 
Texto de Igor Corrêa Pereira

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quarta-feira, 7 de março de 2012

Moradores da Vila Dique vivem sem água, luz e esgoto

Foto da Vila Dique, que faz divisa com Aeroporto Salgado Filho. Fonte: Jornal do Comércio




A constatação das precárias condições dos moradores da Vila Dique, vizinha do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre/RS, é da Comissão Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre. Os vereadores visitaram a Vila nesta terça-feira (6/3) e manifestaram perplexidade com as imagens de casas destruídas na Vila Dique, sem que os moradores tivessem destino. 

A visita dos vereadores se deve a inúmeras denúncias de irregularidades sobre o recente processo de reassentamento realizado pelo Departamento Municipal de Habitação (Demhab) da Prefeitura na Vila Dique. O destino previsto para os moradores é um loteamento construído na Zona Norte, e eles estão sendo removidos por causa da ampliação do Aeroporto. A cobertura da imprensa empresarial não deu uma linha sobre as denúncias. Segundo relato dos vereadores, a Vila apresenta "séria falta de condições para as famílias que residem nas moradias do local, onde há pessoas doentes, crianças, grávidas e portadores de deficiência física que vivem sem água, luz, esgoto".

Está agendada para a próxima terça feira (13/03) reunião onde participará a Cedecondh, o Demhab e os moradores da comunidade. Nessa reunião, serão apresentados os documentos que comprovam irregularidades no reassentamento, lista de inscritos que residem há  cerca de 20 anos na Vila Dique e não foram contemplados e fotografias que evidenciam a falta de segurança urbana e a existência de residências em áreas de risco.


Com informações de Angélica Sperinde, asssessoria de imprensa da Câmara Municipal de Porto Alegre.