domingo, 8 de dezembro de 2013

Há 30 anos Rebelo alertava: as classes dominantes sempre tentaram neutralizar a juventude

As classes dominantes apresentam a postura apolítica como o novo e o moderno, denuncia o primeiro presidente da UJS Aldo Rebelo há 30 anos atrás. Três décadas depois, a luta continua pelos corações e mentes da juventude.
Na edição nº 07 de Princípios, publicada em dezembro de 1983, o presidente da UNE na gestão 1980/81, jornalista e suplente de deputado federal Aldo Rebelo escreve um artigo que procura traçar um perfil da juventude brasileira e destacar seu papel a cumprir. Citando vários exemplos históricos onde a juventude protagonizou enfrentamentos a tirania e a opressão para pontuar que a juventude sempre tomou parte dos movimentos revolucionários.

Ao refletir sobre a tentativa da classe dominante de anestesiar e neutralizar o potencial revolcionário da juventude, Rebelo evidencia a tentativa de colocar o engajamento em atividades políticas como sendo "careta" e "ultrapassado", e a postura "apolítica" como o "novo". Menos de um ano depois desse artigo, seria fundada, em setembro de 1984, a União da Juventude Socialista, tendo como primeiro presidente Aldo Rebelo.

A atualidade da disputa da juventude com o pensamento dominante

30 anos passados, percebe-se a atualidade deste texto na recente vitória do discurso apartidário no DCE da UFRGS. Afastar os jovens de partidos políticos interessa somente a classe dominante, pois anestesiada e confundida numa pretensa "pureza" apartidária, a juventude nunca incomodará de fato procurando intervir nos espaços de decisão. O pensamento dominante continua, sobretudo hoje, tentando anestesiar a juventude e impedi-la de ter protagonismo político.  A luta continua.