terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Retrospectiva 2009 Blog Igor de Fato


2009: Sempre quis falar, agora tive chance!


O ano de 2009 entrará na história fundamentalmente como o ano da afirmação dos direitos daqueles que antes não tinham direito a comunicação. Tanta coisa aconteceu! O blog Igor de Fato procurou acompanhar um grande número de fatos, na busca incessante pela democratização da comunicação, dando sua contribuição nesse fenômeno gigantesco que é a onda democratizante da blogosfera, com os blogs que se proliferam possibilitando que a liberdade de expressão se amplie.

Na luta das rádios comunitárias, da escola itinerante do MST, do movimento negro, do movimento LGBTT, das políticas públicas de juventude, das comunidades por esporte, do movimennto estudantil, hip hop, cursinhos populares, e pautas gerais como a democratização da comunicação e a luta pelo pré sal é nosso, estivemos dando destaque a um fenômeno radicalmente novo: "aqueles que antes não podiam falar, agora estão tendo chance". 2009 preparou um 2010 cheio de esperança para aqueles que acreditam ser outro mundo possível. Boas festas!
"Sempre quis falar, nunca tive chance. Tudo que eu queria estava fora do meu alcance. Já faz um tempo, mas eu gosto de lembrar (...)." Charlie Brown Jr.

Blogosfera: parte da "onda de democratização de comunicação"

O advendo dos blogs propiciou o que o jornalista Willian Araújo, autor do blog Opinião Oposta, chama de "quebra de paradigma da comunicação". "Antes da internet, poucos tinham suas vozes vinculadas em uma mídia de alto alcance. Com exceção de seções de cartas dos leitores, o consumidor da informação não tinha espaço algum para vincular suas idéias", explica Araújo. Com a internet, e principalmente a criação da ferramenta blog, "qualquer um tem um bom espaço para vincular suas idéias e compartilhar conhecimentos".

O fenômeno da blogosfera é só uma faceta do que se pode chamar de "onda da democratização da comunicação" que ocorreu fortemente durante todo o ano de 2009, culminando, em dezembro, com a realização da Conferência Nacional de Comunicação. Nessa "onda", setores organizados dos movimentos populares pautaram vivamente a mudança dos marcos regulatórios da comunicação no país, no sentido de possibilitar a garantia do direito humano a comunicação. O blog Igor de Fato acompanhou isso.

A contribuição de nosso blog para a democratização da comunicação

Já em março postamos matéria sobre o Programa "Rádio Perifa", da Rádio Nova Santa Marta, de Santa Maria/RS (89,3 FM), ressaltando a importância da descriminalização das rádios comunitárias. Durante o ano, a Rádio Nova Santa Marta foi fechada e retornou ao ar somente em novembro, às portas da CONFECOM, que conseguiu aprovar a resolução histórica: o Fundo de apoio a essas emissoras. (Leia mais sobre as bandeiras históricas aprovadas na CONFECOM clicando aqui).

Um blog de Santa Maria/RS

O blog Igor de Fato teve o cuidado de preferencialmente ser um blog local, que pautasse notícias e artigos fundamentalmente da realidade de Santa Maria/RS. Desta forma, noticiamos:

Saldo de 2009 e perspectivas para 2010

Nosso blog encerra seu primeiro ano de vida com saldo positivo. 2010 é ano para avançar. Mudanças vem aí, no que diz respeito a método e estrutura. Mas uma coisa permanecerá: a luta pela democratização da comunicação. Obrigado a todos que ajudaram a construir o blog neste ano. 2010 tem mais!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Movimento estudantil

"O Pré-sal é nosso!" - Entrevista com o presidente eleito da UBES


O 38º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) terminou em clima de festa, neste domingo (13/12), ao dar a vitória à chapa "O Pré-Sal é nosso", liderada pelo estudante manaura Yann Evanovick. Aos 19 anos, ele chega à presidência da entidade dos secundaristas brasileiros forjado em grandes mobilizações pelo direito da meia-passagem, ameaçado na capital amazonense. A união de forças entre os movimentos Arrastando Toda a Massa, Mutirão, Kizomba, CNB, Mudança, JSB e PTB alcançou 980 votos, 82% do total. A chapa Rebele-se, formada por militantes do PCR e também com votos da corrente O Trabalho, obteve 214 apoiadores.

Acompanhe entrevista com o presidente eleito, Yann Evanovick:

Portal UJS: Você assume a UBES 25 anos após a lei do grêmio livre e, coincidentemente, à época a UBES também teve uma amazonense na presidência. Qual o simbolismo disso? O que a gestão planeja para fortalecer a rede de grêmios estudantis?

Há 25 anos, minha conterrânea Selma presidia a UBES numa transição para o regime democrático. Um amazonense voltar a presidir a UBES agora tem muito simbolismo, devido a tradição de lutas do norte do Brasil. Essa gestão deverá testar ainda mais o poder de mobilização e organização da UBES realizando o Encontro Nacional de Grêmios. Nunca foi feito um encontro desse tipo. Para ter êxito em todos os enfrentamentos que a UBEs terá que encampar, é necessário que a base esteja muito preparada e coesa. Por isso, esse é um compromisso que essa nova gestão terá de cumprir.

Portal UJS: Em Manaus, grandes mobilizações estudantis aconteceram em 2009 e isso foi um fator importante para sua consolidação como liderança. Dá para pensar em grandes mobilizações em todo o país?


Acho que sim. O que aconteceu me Manaus foi um grande movimento de massa que aglutinou estudantes e a sociedade. Recebemos da gestão cessante esta grande bandeira de luta que é o 50% do [Fundo] Pré-Sal para a educação. O pré-sal deve ser a grande bandeira, que vai colocar muitos estudantes na rua. E não apenas estudantes, mas toda a sociedade, pois todos concordam que o forte investimento em educação é fundamental para o país que queremos construir. O Congresso da UBES demonstrou isso, com muita unidade de todas as correntes em torno desta proposta, o que nos dá gás para começar pisando ainda mais no acelerador das mobilizações.

Portal UJS: Politicamente a gestão tem alguns desafios centrais, que pautaram os debates de todo o Congresso da UBES. Um deles você acaba de abordar, a conquista de 50% do Fundo do Pré-Sal para a educação, mas existem outros, como ser protagonista da disputa eleitoral de 2010. Como dar conta desse recado?

O pré-sal é o carro-chefe, porque consegue pautar o papel do Estado no desenvolvimento e
atacar o problema do financiamento da educação. Mas muitas outras coisas importantes estão acontecendo. Já agora acontecerá a Conferência Nacional de Educação, que é um desafio para os movimentos. A gestão que se encerrou participou ativamente da construção, nas etapas municipais e estaduais. Essa nova gestão tem o dever de construir o PNE [Plano Nacional de Educação] que vai nortear a política educacional do Brasil para os próximos 10 anos. Temos que aprovar os 10% para educação e construir o Sistema [Nacional Integrado]. Será um momento muito importante para a UBES.

Deveremos trabalhar para organizar os estudantes de toda a base da UBES. As eleições serão um momento decisivo para o país. A UBES deve pautar o processo e não ser pautada. Deve reconhecer os avanços que aconteceram graças à luta dos estudantes, mas cobrar muito mais porque o Brasil precisa mais e pode muito mais. Para tudo isso acontecer, será preciso muita mobilização, passeatas, passar muito em sala de aula para contagiar a galera secundarista a entrar nessa disputa.

Portal UJS: A grande mídia tem adotado uma postura de criminalização dos movimentos. Como resistir a isso?

A UBES vai jogar um papel, junto a outras organizações, de não medir os esforços para combater a criminalçização dos movimentos sociais, já que uma parcela da elite, infelizmente, ainda trata as reivndicações como caso de polícia. Tanto quanto a Conferência de Educação, a Confecom [Conferência Nacional de Comunicação], que está acontecendo agora, saiu porque é fruto de um debate histórico dos movimentos sociais. Ontem, na Globo, a grande mídia já demonstrou seu vigor para combater a democratização. Eles não a reconhecem e criticam, mas nós participamos e vamos lutar para que propostas avançadas sejam aprovadas e implementadas. Não pode ficar como é hoje, que os grandes meios [de comunicação] falam o que querem, fazem o que dá na telha e acabam faltando com a verdade. A UBES está na luta para mudar este estado de coisas e democratizar a mídia, torná-la mais plural, mais condizente com a diversidade brasileira e, principalmente, aberta à sociedade, pois é concessão pública e não pode ser conduzida como se fosse particular.

Fernando Borgonovi, para o Portal UJS.

Veja também o álbum de fotos do 38º Congresso da UBES aqui.

sábado, 19 de dezembro de 2009

10 anos de Práxis, correção de informação

Primeira "mina" do beat box de Santa Maria/RS também homenageou o Práxis

Em tempo, graças a ajuda do Magrão e da própria Gabi, estou acrescentando uma informação importante sobre as homenagens aos 10 anos do Práxis. Na matéria do dia 16 de dezembro, eu não citei que a Gabriela, estudante secundarista da escola Paulo Lauda, também estava prestando sua homenagem ao Práxis no dia 11 de dezembro na Catacumba.

"Não sou mc mas
eu também homenageei o praxis por que um dia sei que vou passar por lá, eu tava fazendo beat box!!!", lembrou Gabriela. Muito bem lembrado Gabi, desculpa a falha. Tá registrado. Abaixo, segue a mesma foto da homenagem, agora com a legenda certa, citando a Gabriela, primeira artista mulher do beat box de Santa Maria/RS, que também estava prestigiando o Práxis Coletivo de Educação Popular. E também, para quem não sabe o que é beat box, tem um link para um texto que explica, e pra completar, um video com um show de beat box da Família Pavilhão Brasil, pra galera que acompanha o Blog Igor de Fato! poder curtir uma palhinha da arte beat box. Paz.


O que é beat box? Saiba mais clicando aqui.



sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

10 anos de Alternativa

10 anos de Alternativa para quem o sistema não oferece alternativas

Vencedor do Prêmio "Mérito extensionista Dr. José Mariano da Rocha Filho 2009", o PVP alternativa já completa 10 anos de contribuição na luta pela democratização do ensino superior. Leia mais sobre o Alternativa clicando aqui.



O Pré Vestibular Popular Alternativa é um Projeto de Extensão da UFSM que visa o acesso consciente ao ensino superior. É destinado a pessoas comprovadamente carentes, não tem fins lucrativos e é totalmente gratuito. Tem como princípios o desenvolvimento educacional, a inclusão social, o acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade.

O Alternativa visa promover a interação entre comunidade acadêmica e a comunidade local, tornando possível, através de atividades extracurriculares, o crescimento de futuros professores e futuros universitários, resultando na formação de agentes sensibilizados para os problemas da educação em nossa sociedade.

As atividades desenvolvidas pelo Projeto são realizadas através do trabalho voluntário de estudantes de graduação e pós-graduação da UFSM e de outras IES de Santa Maria, que além das aulas promovem atividades complementares, como simulados, oficinas, exibição de filmes, sarau, tendo contato com o contexto educacional ainda durante sua formação.

Ao comemorarmos os dez anos do PVPA propomos a reflexão em torno da relevância social do Projeto após uma década. O Alternativa só existe por que o acesso ao Ensino Superior no Brasil ainda tem caráter elitista, uma vez que beneficia menos de 15% da juventude, em detrimento de uma maioria que não possui a alternativa de ingressar no ensino superior, especialmente numa universidade pública como é o caso da UFSM.

Nesses dez anos de atuação o trabalho desempenhado pelo PVP Alternativa além aumentar as condições de disputa por uma vaga no ensino superior de estudantes carentes, contribuiu na formação de muitos profissionais formados pela UFSM.

fonte: http://alternativadeletras.blogspot.com/

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

10 anos de Práxis

"Minas" homenageiam Coletivo de Educação Popular

As rappers Flavinha e Janna soltaram a voz na Catacumba no dia 11 de dezembro. O espaço da boate do DCE da UFSM teve a presença das artistas, que já participaram do cursinho, na festa comemorativa aos 10 anos do Coletivo de Educação Popular Práxis. A comemoração coroou uma semana que teve debate com movimentos organizados e professores universitários sobre educação popular e movimentos sociais. Confira no blog Igor de Fato!, na íntegra, a letra da música de autoria das artistas do movimento hip hop de Santa Maria/RS. (O que é Práxis? Saiba mais clicando aqui).


Popular,*

Educação popular

Educação para a vida


Satisfação

Vamos invadir a tua casa então

Pra rimar a poesia de quem acredita

De quem se liga na fita, quem corre atrás e quem grita

A injustiça dos homens não conseguiu nos calar

Eu quero mais é correr atrás pra poder formar

Opinião crítica, subversão

O mundo não é o bastante, queremos revolução

Educação de verdade se faz com o povo unido

Aqui além da luta eu encontrei amigos

Já faz um tempo mas eu lembro como começou

Muita galera em duas salas a gente embolou

E foi com giz, apostila e muita atitude

E a oposição ao sistema que só ilude

Não somos vítimas, queremos conhecimento

A todos os filhos da periferia e seus rebentos

Comida na mesa não é luxo, entenda

Por isso aqui também rolou geração de trabalho e renda

Musica, teatro, é necessidade

Eu tenho fome de cultura e liberdade

Nosso transporte também foi uma conquista

Foi bem difícil mudar o ponto de vista

Daqueles que se intitulam os donos da justiça

Quem tem coragem olha pra cá, vem somar resista

Pois sem política não se faz educação

Quero chegar lá mas sem esquecer então

Que Universidade rima com coletividade

A inclusão e a informação na contemporaneidade

Não é só minha, nem só tua, ela é de todos nós

É com conhecimento que seremos a voz

Que gritará e ficará na memória

Parabéns ao Práxis e seus 10 anos de história


Popular

Educação Popular

Educação para a vida


*Flavinha Manda Rima (ex-educanda e educadora do Práxis Coletivo de Educação Popular e Mary Janna, ex-educanda do Práxis Coletivo de Educação Popular)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Educação


Governo Lula x Governo Yeda na educação: concepções antagônicas sobre o papel do Estado
por Igor Corrêa Pereira*




Aqui no RS, temos um excelente panorama de duas visões antagônicas sobre o compromisso do Estado com a educação. Enquanto nossa governadora faz das tripas coração para "cortar gastos", procurando tanto quanto possível eximir o Estado do "peso" de investir no desenvolvimento do ensino, o governo Lula aprova medidas que ampliam investimentos e realizações do setor público na área. Em choque, o papel do Estado na educação: para o campo de Yeda, liderado pelo PSDB, a visão neoliberal do Estado Mínimo. Para o campo de Lula, liderado pelo PT, uma concepção de viés desenvolvimentista.

Morar no RS é um laboratório prático de gestão educacional, por que vivemos na pele duas concepções antagônicas de políticas educacionais. Uma conduzida pelo governo Yeda, do PSDB, outra conduzida pelo governo Lula, do PT. Nesse breve texto vou me abster de criticar denúncias de corrupção de ambos os governos, deixo isso para os fóruns competentes. Quero discutir projeto de Estado, que me parece mais importante, e principalmente projeto de Estado no que diz respeito a educação, tema central para qualquer país que se pretenda desenvolvido.

Yeda procura cortar gastos com educação

Pergunte aos pais de alunos, aos próprios alunos, e professores das escolas gaúchas e você terá ideia do cenário que a política educacional de Yeda proporciona. Arrocho salarial dos professores, inanição de recursos para merenda, laboratórios, material escolar, etc. Perseguição a professores grevistas, falta de diálogo e respeito a gestão democrática, e por aí vai. A lista é longa, não cabe aqui rememorar. O que vale dizer é a linha geral da equação que movimenta o governo Yeda: educação é gasto, meta é cortar gasto, logo, cortar recursos para educação.

Os argumentos poderiam até convencer, e de certa forma convenceram por um tempo. Não fosse isso, Yeda não teria sido eleita. O discurso da "responsabilidade fiscal", do "déficit zero", "choque de gestão", é um canto da sereia que pegou e ainda pega muita gente. Mas todas essas expressões fazem parte do palavrório de um determinado projeto de Estado, que é o projeto neoliberal. Para este projeto, o Estado, o setor público, deve se comprometer o mínimo possível com a educação. Este é o projeto do PSDB para o Estado brasileiro.

Lula amplia investimentos em educação

Quem examinar por exemplo o ensino superior público, sob controle do governo Lula, percebe que a lógica adotada é inversa a do governo estadual. Enquanto que Yeda quer "cortar gastos", Lula "amplia investimentos" no setor. Só com o REUNI, o Governo destina R$ 2 bilhões para as federais, o maior investimento em universidades federais das últimas décadas. 12 universidades públicas novas foram construídas, dentre elas duas no RS, a UNIPAMPA e a CESNORS, universidades criadas sob a lógica da redução das desigualdades regionais. Os investimentos não param por aí. A lista também é longa, passa pela duplicação de recursos na educação básica, com o FUNDEB, pela criação de um piso nacional salarial do magistério, pelo fim da Desvinculação de Receitas da UNião (DRU), entre outras medidas importantes. Vale destacar a lógica da equação do governo Lula: educação é investimento para desenvolver o país, logo, ampliar recursos para a educação é uma meta.

A julgar pelas políticas educacionais do governo Lula, como o Plano de Desenvolvimento da Educação, é a lógica desenvolvimentista que norteia suas ações. Há aqui o embrião de um projeto de desenvolvimento que recoloca o Estado como indutor do processo, relembrando momentos como o governo Getúlio Vargas, que criou as primeiras universidades brasileiras, e contrastando com FHC, que estimulou o crescimento do ensino superior privado no Brasil.

Yeda (PSDB) x Lula (PT): diferença é de partido, não de pessoas

Embora pessoalmente eu não simpatize muito com a sizuda Yeda, e embora eu "vá com a cara" do carismático operário-presidente, a diferença de visões da educação pouco tem a ver com Lula ou Yeda como pessoas. A diferença é de partido mesmo, é de programa, é de projeto.

Com isto quero dizer, que na hora de votar, esse recorte é importante. Se você concorda que seus impostos não devem servir para ampliar salário de professor, então vote no PSDB. Mas não me venha votar porque acha fulano ou sicrano simpático, ou carismático, ou sei lá o quê. Existem projetos antagônicos de Estado que estão em confronto, e esses projetos envolvem, de um lado, o PSDB e seus partidos aliados, e de outro o PT e seus partidos aliados. Com isso, não quero reduzir a complexidade de nossa democracia, existem outras visões que fogem dessa polarização, mas elas não são capazes de se apresentar como alternativa real.

Na educação, você quer cortar gastos ou ampliar investimentos? E isso que deverá estar em debate em 2010.




* Igor Corrêa Pereira é especializando em Gestão Educacional pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

domingo, 6 de dezembro de 2009

Políticas Públicas de Juventude

Política e juventude: dinheiro na meia ou para mudar o Brasil? Quem decide?


Pude participar ontem, dia 05 de dezembro, a partir das 09h30min, de um Seminário do PCdoB sobre políticas públicas de juventude. Gostaria que muitas pessoas pudessem ter tido a mesma oportunidade que tive, de ver a deputada Manuela D'Ávila, relatora da Comissão Especial sobre o Estatuto da Juventude da Câmara dos Deputados, e Danilo Moreira, Secretário Adjunto da Sec.Nacional de Juventude do governo Federal. De ouvir ainda Alexandre Santini, Consultor do Ministério da Cultura, além do Coordenador do Fórum de Juventude da FAMURS, Roger Correa, o Secretário Mun. de Esporte Cultura e Juventude de Alvorada, Nelson Flores e Matheus Junges, vereador do PCdoB de Cidreira.

Ali estavam jovens que participavam da política. Para muitos, ali estavam jovens malucos ou potencialmente corruptos, já que está na moda associar política a corrupção. Será?

O que é política? É dinheiro na meia? É dinheiro na cueca? Ou é dinheiro na educação? Na saúde? Na cultura? No esporte? Na geração de empregos?

Não existe resposta fácil para esta pergunta, por que essa resposta está permanentemente sendo disputada. Isso é política. É disputa de opinião, sobre que rumo deve tomar a sociedade. Política é o espaço público por excelência de tomada de decisões.

Slide 2

Converso com muitos amigos que me dizem que tem medo ou vergonha de participar da política, porque acham que política é o sinônimo de dinheiro na meia. O que esses amigos não conseguem visualizar é que o dinheiro na meia só existe porque a sociedade ainda participa pouco da política. Não é feio participar da política. A política é o espaço público por excelência de tomada de decisões sobre os rumos que devem tomar a educação, a criação de empregos, iniciativas culturais, enfim, coisas que dizem respeito ao cotidiano dos jovens. Se não participamos disso, estamos sendo manipulados por outros. Omitir-se é ser cúmplice com o dinheiro na meia.

Quando tinha 17 anos, participava de uma banda que tinha uma música, intitulada, "O que fazer?". Nessa música dizia tudo que milhares de jovens alegretenses e de outros rincões do estado e país sentiam e ainda sentem, que é a total falta de perspectivas, de saber o que fazer, o que querer, para onde ir. Hoje, sete anos depois, descobri que aquela angústia pessoal do nosso grupinho de amigos era uma angústia de milhões de jovens, e que a sua solução passava pela política. Quantos jovens não tem o que fazer por que não tem acesso a educação, a um emprego digno, ao desenvolvimento de suas potencialidades artísticas, esportivas, entre outras?

Não sou cúmplice com dinheiro na meia. Justamente por isso nunca vou deixar de participar da política, porque quero contribuir para que o dinheiro do povo contribua para aproximar os sonhos o povo da realidade.


Sobre dinheiro na meia, leia ainda:
UJS/DF se mobiliza pelo impeachment do governador Arruda