quinta-feira, 8 de março de 2012

Trabalhadoras assalariadas conquistam “meio caminho” no combate a discriminação salarial


O economista técnico da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio Grande do Sul André Luiz Leite Chaves elaborou um estudo sobre a discriminação salarial, por gênero, para os Trabalhadores assalariados da Região Metropolitana de Porto Alegre. Neste estudo, ele chega a conclusão que o diferencial de salário entre homens e mulheres é explicado somente pela discriminação, visto que o investimento em escolaridade da mulher é superior ao dos homens. O rendimento das trabalhadoras é menor em todas as regiões do Brasil. Para coibir esta discriminação, o Senado federal aprovou nesta terça (06/03) multa a empresa que pagar salário inferior à mulher quando ela realizar a mesma atividade que o homem. A lei deve ser sancionada pela presidenta Dilma. 

Mulheres negras são as mais discriminadas
A pesquisa de Chaves demonstra que as mulheres negras assalariadas são ainda mais discriminadas que as brancas. Chaves concluiu que um homem branco assalariado com mesmo tempo de estudo e experiência profissional que uma mulher branca terá melhor retorno que esta, sendo a situação ainda mais desfavorável para a mulher negra. O retorno salarial para tempo de estudo e experiência salarial é menor gradativamente para mulheres brancas e negras, conforme demonstra o quadro abaixo. 


Diferença de retorno salarial ante a escolaridade e experiência profissional entre homens brancos, mulheres brancas e mulheres negras na Região Metropolitana de Porto Alegre 


Retorno salarial à escolaridade
Retorno salarial à experiência profissional
Homem Branco
14,4%
5,9%
Mulher Branca
14,4%
4,1%
Mulher Negra
9,9%
3%

Fonte: André Luiz Leite Chaves

Multa a empresas é “meio caminho andado”, afirma sindicalista
A comerciária e integrante do Coletivo de Mulheres da CTB do RS Izane Matos comemora a aprovação da multa no Senado, mas alerta que é só "meio caminho andado". Para ela, a penalidade é um avanço, mas a implementação efetiva da lei "vai depender da luta dos sindicatos e das centrais, e da coragem das mulheres denunciarem abusos das empresas", afirma. 
Texto de Igor Corrêa Pereira

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Um comentário:

Rodrigo disse...

Olá, Igor, tudo bem?

Cavoquei o teu blog e não encontrei um e-mail para contato. Gostaria de trocar idéias sobre o que tu propôs em contato.

Abraço,

Rodrigo
(contato@blogdorodrigo.com)