11 de julho mostrou que juventude e trabalhador@s do campo e da cidade unidas param o país e essa unidade pode garantir o avanço nas mudanças e conquista de direitos |
Em julho, o "caldo" engrossou com um diferencial importante: os trabalhadores e trabalhadoras entraram pesadamente nas ruas, reforçando o carater progressista das manifestações, numa greve geral como não se via desde 1989. Desta vez, o impacto foi no setor produtivo: as empresas pararam, cidades pararam por completo. Um salto de qualidade na pressão. Agora é preparar o mês de agosto como uma síntese de toda essa rica experiência. O desafio é fazer avançar de fato mudanças estruturais em pelo menos seis eixos-chave, lembrando o Manifesto da Jornada de Lutas da Juventude Brasileira realizado em março e abril: Trabalho decente; Educação e Saúde; Passe Livre e Reforma Urbana; Reforma Política; Democratização da Mídia; Reforma Agrária.
1. Trabalho decente
A redução da jornada de trabalho para 40h significa a geração de pelo menos 2 milhões de empregos, mas a pauta da redução da jornada significa também garantir que trabalhadores consigam estudar e ter lazer e convivência familiar. É fundamental que o poder público avance em políticas que dêem conta da redução da jornada do trabalhador estudante.
O fim do fator previdenciário é a garantia de uma aposentadoria digna para os trabalhadores.
2. Educação e saúde
O investimento em educação e saúde é condição necessária para o desenvolvimento do Brasil com valorização dos trabalhadores e da juventude. Enquanto trabalhadores da educação são desvalorizados, enquanto jovens evadem das escolas no campo e na cidade, enquanto milhões de pessoas amargam longas esperas nas filas dos hospitais, recursos milionários são empregados em juros da dívida. Basta disso!
Queremos 10% do PIB para a educação e 10% do PIB para a saúde para termos educação e saúde de qualidade, pública e gratuitas, no campo e na cidade.
3. Passe Livre e Reforma Urbana
Superar os problemas da mobilidade urbana vai muito além do problema dos altos custos e baixa qualidade do transporte público. Somos da opinião que o passe livre para estudantes e trabalhadores desempregados tem que estar sintonizados com uma política de mobilidade urbana, mas a qualidade de vida nas nossas cidades só vai melhorar com políticas de reforma das cidades, garantindo melhores condições de moradia para a população. Precisamos enfrentar os problemas decorrentes da especulação imobiliária que relega a população de classe mais baixa para longe de seus locais de trabalho, submetidos todo o dia a um trânsito cada vez mais caótico e em condições de moradia precárias. A cidade é das pessoas, não das empreiteiras! Pelo direito coletivo de morar e usufruir de uma cidade de qualidade para todos e todas!
4. Reforma Política
A descrença na política tem origem no fato que o peso do dinheiro é o que determina a eleição da maioria de nossos representantes. Basta do peso do dinheiro determinando as eleições! Pela garantia da participação popular no processo de reforma política, com plebiscito, por uma reforma que combata o financiamento privado das campanhas eleitorais e que garanta maior participação de trabalhadores e trabalhadoras, da juventude, das mulheres, dos negros e indígenas, setores atualmente sub-representados em nosso sistema político. Queremos políticos que realmente representem a diversidade do povo brasileiro, e não represente somente quem tem grana para financiar campanhas.
5. Democratização da mídia
A era da informação e do conhecimento não será verdadeiramente democrática sem mecanismos de democratização das mídias. Quem pode se expressar livremente em jornais, revistas, televisões, rádios, senão uma meia dúzia de famílias que detém o monopólio da comunicação? Queremos a aprovação do projeto de lei da mídia democrática, por um sistema de comunicação que garanta pluralidade, diversidade e liberdade de expressão não só para empresas milionárias como o Grupo Abril, as organizações Globo, mas para o conjunto da sociedade.
6. Reforma Agrária - Campo com gente, povo contente!
A crise das grandes cidades evidencia ainda mais a pauta da reforma agrária, que democratize o acesso a terra, mas não só isso. Que garanta inclusão digital, Educação rural e profissionalização, geração de renda e cooperativismo, irrigação e infraestrutura, cultura, esporte e lazer para quem trabalha no campo, principalmente a juventude, que carente de todos esses direitos, acaba inchando os grandes centros urbanos. Campo com gente, povo contente! Reforma Agrária com valorização da agricultura familiar!
Unidos e cheios de esperança, convocamos a juventude a tomar em suas mãos o futuro dos avanços no Brasil. Que venha o mês de agosto com muitas lutas e conquistas. Caso elas não venham, ocuparemos os espaços públicos de discussão, levando aos representantes do povo suas bandeiras por um país melhor. Se o presente é de luta, o futuro nos pertence. Verás que um filho teu nunca fugiu a luta. Venceremos!
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