terça-feira, 1 de abril de 2014

50 anos depois, a mídia continua golpista

Para ver o vídeo, clique aqui.

Reparem no vídeo exibido aqui, pois é um vídeo da TV Globo exibido em 1975, 11 anos após a instauração do Golpe Militar no Brasil. O repórter Amaral Netto enaltece os acontecimentos politicos e sociais no Brasil entre 1963 e 1975 e as ações de cada presidente após o golpe de 1964. Reparem na argumentação. A justificativa do Golpe Militar está calcada no suposto "caos, agitação de rua, agravamento na crise econômica, desorganização". As greves aparecem como um dos principais problema. "Facções extremistas ameaçavam entrar em choque, montava-se o suborno e a corrupção", denuncia a voz cavernosa de Amaral Netto.

Justamente no aniversário de 50 anos do golpe militar vale a pena fazer uma reflexão sobre esse vídeo. Há muito de semelhante no comportamento da mídia hoje, na tentativa de incentivar o caos, a desordem e a crise econômica. Assim como no pré-golpe nos anos sessenta, a mídia aposta num clima de instabilidade política. Demorará quanto para bradarem uma ação dos milicos? Lobão já começou a defender a Ditadura abertamente, não tardará para que outros o sigam. Para que o filme não se repita novamente, esse filme triste que colocou o Brasil nas trevas por mais de 20 anos, é preciso estar atento.

Quando eu ouço parte da esquerda comemorar a "revolta popular" na Ucrãnia, tenho arrepios. Na Ucrânia, um presidente eleito foi deposto por um não eleito e o PSTU comemorou, mesmo admitindo que quem substituiu o presiddnte de lá também é da extrema direita. Ou seja, admitiu que o conceito de revolução popular deles admite retrocesso. Derrubando presidente já é revolução, não importa quem assuma no lugar e qual projeto.

Não esqueçamos que os defensores do Golpe de 1964 também chamam até hoje o episódio de  "revolução"... Quando vejo manifestações que picham na sede do PT que Dilma é igual a Maduro, tenho novos arrepios. O que quer essa oposição violenta que está alinhada aqui e na Venezuela?

A violência e a instabilidade política aqui, na Venezuela ou na Ucrânia, só favorece os EUA. Os três países que sofrem hoje processos distintos de instabilidade, tem algo em comum. O presidente deposto na Ucrânia buscava aliança com a Rússia, portanto era não-alinhado com o Ocidente, ou seja, EUA e UE. Venezuela e Brasil também não são alinhados com a política de Obama, colocando a soberania de seus países em detrimento de uma postura submissa ao Império. E são justamente os três que tem oposições violentas e mascaradas. Coincidência?

50 anos depois do Golpe, alguns elementos são assustadoramente atuais. Repetiremos a história?


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